Reflexões de um dia cinzento

O dia amanheceu nublado
como se uma enorme manta de lã cinza tivesse sido estendida,
cobrindo a Terra toda.
Ao menos toda a terra até onde a vista alcança
Até o horizonte visível da janela do meu quarto.

É confortável,
como uma xícara de chá e um livro pra reler,
uma música que se sabe de cor,
um filme em que se conhecem as falas,
uma coreografia ensaiada mil vezes.
Como um carinho no seu pet,
um colo de mãe,
um banho e um café quentes pra acordar,
é como a sensação de estar em casa.
É como um sapato laceado,
um moletom velho,
ou os pés descalços no piso frio.

como alguém que você conhece
como a palma da sua mão.

e daí vem a minha alegria com dias nublados
que parece tão difícil para outras pessoas entenderem.

Hoje eu só queria paz

O estresse bate na minha carcaça
como o tilintar de metal contra metal
a lança contra a armadura
como se eu fosse um escravo
obrigado a disputar batalhas de justa
uma após a outra, sem descanso
para entretenimento da nobreza e do clero
para continuar vivo…
cada luta, mais uma pela sobrevivência
e os golpes continuam vindo
incessantes
e já não me resta motivação para lutar
eles me cansam, e me cobram
e não há nada que eu possa fazer
a não ser continuar lutando.

Mas o que eu queria
era ser um animal rastejante
me esconder dentro da areia, debaixo da terra
e permanecer encolhido
até essa guerra acabar.

About the hard days

It’s hard to be brave all day long, everyday. It’s hard to feel so exhausted and so broken, like your soul was shattered apart in a million, billion, trillion pieces that now are spreading all around the floor, so tiny and so fragile you feel like they may just fly away from you with the most lightly wind blow. It’s like you’re going to lose yourself and you don’t even have strength to keep your own self together; to maintain your soul within you when appears it wants to break away.

Its hard to put yourself aside to take care of someone else. Someone else’s needs, someone else’s health, someone else’s emotional crisis. But never yours, never your pain, never your life, never yourself on the first place. It’s hard to do much more than you can for people who do the minimum, if so. It’s hard when nobody seems to believe you, when nobody seems to care. It’s like people are always satisfied with the comfort zone of seeing your outside and project your inside that when you try to talk to someone, they immediately reject you and fall in a constant denial.

It’s hard to always feels you’re living on the edge, walking on the life-dead tightrope, waiting on the brink of a suicidal abyss, betting with fate who gets tired of your mediocre life first. It’s hard to deal with being so in need of help and so abandoned as much as being proud of making it all alone, all by yourself, all this time until today, even so tomorrow is an instable, unpredictable, scary as hell, surprise. It’s hard to see people wasting time, wasting a live, living it poorly and not taking any good, when for you life is such a crucial and delicate matter, so big that you can’t handle or balance, and so fragile you feel like it’ll vanish anytime, without warning, right in front of your eyes.

It’s so hard to feel so tired, so completely stressed that your whole body starts to fail, and to hurt, and to get away from your control. It’s even harder to put a smile on your face every(.) damn(.) single(.) holy(.) day(.) and walk through the doors of world with your head held high, pretending to be normal, pretending to fit in. It’s hard to keep the voices inside your head quiet. It’s hard to ignore the demons around you. It’s hard to pretend you don’t feel like the world itself wants to eat you alive. It’s hard to feel all the fear and the paranoid, and even so, exist.

I told you all that I was already fine, nothing to worry about, tasting blood in my mouth in every word I spoke. I’m not sure if I’m ever going to be okay. In fact it’s hard to get up from bed every morning. It’s hard to get off of the shower. It’s hard not to cry all day long. It’s hard not to stare down in every window. It’s hard not to picture gallows in every rope, ribbon or belt. It’s hard to keep motivated. It’s hard to break through your own cage. It’s hard to carry a rotten soul and a stone heart. It’s hard to face the darkness inside. It’s hard to scream for help knowing nobody will notice.

Das histórias de amor

Eu vou continuar escrevendo histórias sobre decepções amorosas, independente de como minha vida amorosa esteja.

Vou continuar escrevendo histórias sobre paixões devastadoras e encontros impossíveis.

Vou continuar escrevendo histórias de amor, porque o amor move o mundo.

Vou continuar escrevendo histórias de amor, porque meu coração é frio, duro e escuro, mas minha imaginação é irremediavelmente romântica.

Vou continuar escrevendo, porque eu apenas sobrevivo se deixar de escrever.

Porque, quem seria eu se não romantizasse as coisas e não soltasse frases poéticas aleatórias no meio de uma conversa qualquer?

Vou continuar escrevendo histórias de amor porque os otimistas, os românticos e os sonhadores se alimentam de ilusões.

Vou continuar escrevendo porque é a única coisa que eu sei fazer.

É a única arte que atrai minha mente atrevida, que me sinto confortável para participar.

Vou continuar escrevendo histórias de amor porque não sei fazer músicas de amor.

Vou continuar escrevendo porque gosto de entrar na sua cabeça e revirar suas ideias pelo avesso, mesmo que você nunca tenha me visto.

Vou continuar escrevendo histórias, toda sorte de histórias, enquanto a inspiração vier pousar no meu ombro e assoviá-las nos meus ouvidos;

Enquanto tiver forças pra segurar a caneta contra o papel, ou pra correr os dedos por um teclado qualquer,

Continuarei contando histórias, esculpindo histórias, desenhando histórias, toda sorte de histórias.

Vou continuar escrevendo tudo que vier na cabeça.

Vou continuar escrevendo porque é meu superpoder.

Vou continuar descrevendo minhas fantasias perfeitas no meu mundo encantado

Vou continuar escrevendo histórias de amor, porque é onde eu construí minha fortaleza, meu castelo, minha morada.

Vou continuar escrevendo histórias de amor, porque é às histórias de amor que eu pertenço.

I am madness, bittersweet

You look me by a distance
I know what’s going on inside your head
So is this a warn, or a pray, or a threat?

I’m poison in your blood, running free inside your veins
Feel me heat your flesh, hell’s fire

Feel me freeze down your bones

Feel me spread like an infection through your brain
I’ll ghost every piece of your head

I’ll break you apart
Nevertheless, you’ll be tied up
And stripped down

Every now and then
Long time no see
I’ll haunt you forever in your dreams

You’re my mind game

I’ll play you like a toy
You’ll be rapt and captive
I’ll twist your whole story around
And I shall stuck in your memories

You see , I could never be yours
(I ain’t for taking)
I’m too mine to be somebody else’s

You can curse me as you wish
Thinking you’ll get rid of the pain
But I’m the curse itself

Cause I am madness, bittersweet
You’ll lost yourself
I’ll poison you soft and slowly
I’ll hunt you in every corner
I’ll ghost you forever

Are you ready to be bewitched?

O melhor lugar do mundo.

Hoje eu visitei o melhor lugar do mundo. Pisei no chão mais firme. Senti desde a brisa mais suave ao vento mais intenso. Senti cheiro de terra, de mato, de chuva. Ouvi o cantar desarmônico de várias espécies de pássaros, ora ao mesmo tempo, ora cada um no seu.

Me concentrei em todos os cantos, em um apenas, e também em nenhum. Deixei a mente livre. Cheguei com dor, sangue, lágrimas e, desse hospital bucólico, levei um sorriso sincero no rosto e a limpeza profunda da alma que só esse lugar consegue proporcionar.

Vi todas as tonalidades de azul e cinza passearem pelo mesmo céu ao longo das horas. Como um filme dégradé, que movimenta-se com o passar do tempo sobre uma tela em branco. Vi nuvens pretas e brancas que mancharam e raios que rasgaram o desenho desse céu tão puro.

Apreciei todas as estátuas em sua imensidão e imponência, tanto as obras do homem, quanto as obras da Mãe. E me senti pequena, minúscula diante da vastidão que se apresentava a frente do meu caminho, que me acompanhava lado a lado e que me rodeava por completo. E senti paz e conforto, e também gratidão por ser tão miúda e, ainda assim, sentir que pertenço.

Ouvi o som das águas e acompanhei seu movimento singelo em todas as suas apresentações. Corrente, ondulante, jorrando dos chafarizes. Chovendo, garoando, frizando meus cabelos e arrepiando todo o meu corpo cálido com sua temperatura gélida, dosada cuidadosamente em gotas preciosas, uma a uma, cada uma, ainda que jamais se esgotem.

Nesse lugar onde me sinto em casa, onde sinto que faço parte, onde sinto no fundo do meu ser, que pertenço. Nessa paisagem tão linda e tão lar. Onde, mesmo em ruínas, me recupero e consigo me reerguer e me curar num instante. Onde a doce chuva anunciava minha hora de partir, não sem antes olhar pra trás, e contemplar a vida que o meu lugar emana.

E vi a vida nas mais diversas formas: animais dormindo, ou correndo e brincando; Plantas de toda sorte, com cores, flores e perfumes únicos, e também sem nenhum: apenas variedades infindáveis de texturas em verde; Pessoas de todas as idades, refletindo, caminhando, sozinhas ou acompanhadas.

Pensei comigo se elas perceberiam. Se elas também sentiriam. A magia e a pureza do encontro mais sincero. A revelação mais bela. O abrir de asas há muito esquecidas. O abraço de abrigar o mundo inteiro dentro do coração. A marca irresoluta do recomeço. A sensação de parar no tempo, no momento, em sentir-se livre, completo, vivo.

Hoje é comigo

Lembra daqueles dias em que você estava triste? Lembra da sensação, de como se sentia perdido, lembra de não ter ninguém pra conversar? Eu me lembro de você; Desses dias, dessa fase que vai e, volta e meia, volta.

Hoje é comigo.

Hoje sou eu que não aguento mais essa vida. Hoje sou eu que não quero mais estar nesse mundo. Hoje sou eu que não queria acordar amanhã. Hoje sou eu que queria que tudo acabasse; Que a dor fosse embora, que a angústia fosse embora, que as vozes fossem embora. Que tudo se fosse assim que eu me fosse.

Hoje sou eu que me sinto infeliz. Hoje sou eu que me enxergo inútil, impotente, incapaz. Hoje sou eu que me detesto profundamente. Hoje sou eu que admito que não deveria ter nascido. Hoje sou eu que vejo o mundo me destruir, e deixo. Hoje sou eu que sinto a rejeição flechando a alma.

Hoje é a minha vez de sangrar.

Hoje sou eu que gostaria de pedir ajuda. Hoje sou eu quem precisava conversar. Hoje sou eu que queria chorar num colo estranho, mas tão familiar. Hoje sou eu que precisaria de cuidados, mesmo ciente de que não adiantaria.

Hoje sou eu que escrevo esses versos pobres, de palavras simples e que não fazem sentido. Hoje eu sou meu desabafo, doído, roído e apertado, de um dia fúnebre que você jamais vai saber, e eu jamais vou contar.

A brief poem to put my fault on somebody else

you say nice things that you don’t mean
what am i supposed to think?

you seem so caring and supportive
but it all means nothing to you

you built up stuff with your words
but it all fades to ashes
like castles in the sand with a light windblow

can’t you see you make me angry?
with all your lies and stupid stories that were supposed to get me

why do you pretend so much?
couldn’t you just be yourself?

wouldn’t you please make it easier and just walk away?
like any decent human beign would’ve done a long time ago.

Infinidades aparentemente sem solução

Por que diabos você tinha que ser tão amável?

Por que não podia, simplesmente, ser como todos os outros?
Por que tinha que ser tão especial?
Por que tinha que se importar tanto?
Por que essa tranquilidade toda, esse jeito delicado de me segurar?
Por que esse riso fácil e contagiante quando eu tô por perto?

Por que esse abraço gostoso?
Por que tão quente e aconchegante, me convidando pra ficar, por quê?
Por que tão apertado, como se quisesse me proteger, me impedir… Mas de quê?
Por que tão adorável, tão certo, tão errado, tão confuso?!
Por que tão sincero, tão verdadeiro, tão puro?

O que você quer de mim?

Por que essa voz tão forte?
Por que esse jeito tão tranquilo?
Por que essa surpresa agradável?
Por que baixar minha guarda desse jeito?
Por que me deixar te querer?

Por que tantas semelhanças?
Por que diferenças tão fascinantes, que instigam a minha curiosidade, por quê?
Não tinha como deixar isso mais fácil?
Por que dificultar tanto pra mim, deixando tudo tão bom?
Por que facilitar tanto a minha vontade de gostar de você?

Você tem noção do que causa em mim?

Por que tem que ser tudo sempre tão perfeito entre a gente?
Por que tantas conversas maravilhosas?
Por que assuntos tão bobos e divertidos, que me fazem rir adoidado?
Por que assuntos tão intensos e conversas profundas?
Por que ser tão atencioso desse jeito?

Por que me deixar perdida desse jeito?
Por que ser tudo pelo que me deixo impressionar tão facilmente?
Por que, sendo tudo errado, eu sinto que tá tudo certo?
Por que causar essa confusão de sentimentos?
Por que ser esse paradoxo de sensações?

O que é que eu devo fazer?

Por que você é o fruto mais belo e coerente de toda a minha criação?
Por que você não sai da minha cabeça?

Por que diabos você não é real?

Um desabafo sincero demais

(de um coração escuro demais)

Eu sinto ânsia, sinto nojo. Tenho vontade de sumir. Sinto-me presa, e me sufoca. Vejo suas mãos se aproximando, pressionando minha garganta. Sou incapaz de pensar. Queria ter forças pra fugir. Sair daqui. Me libertar de todos vocês. Amaldiçoar tudo. Sair correndo por aquela porta, pra nunca mais voltar. Nunca mais olhar pra cara de vocês. Nunca mais aturar injustiça, humilhação, descaso disfarçado de interesse.

Queria extinguir a dor que me assola, nessa hora mais que antes. Queria extirpar vocês da minha vida. Queria, por um momento que fosse, que isso voltasse a me fazer bem. Queria ficar bem de novo. Queria nunca mais ter que fingir, porque cada sorriso dói, reabre a ferida, e eu sangro por dentro enquanto ninguém vê. Queria um minuto de calma, um dia de tempestade pra parar de pensar. Deixar o cair das águas e o retumbar dos trovões falar por mim.

Queria que alguém se importasse. Queria que olhassem pra dentro. Queria que o lado de dentro valesse mais que o lado de fora. Queria que encarassem meus olhos a fundo. Meus fundos olhos, que tem nada a dizer e tanto a mostrar. Queria que tivessem coragem. Mas é muito mais fácil aceitar só o que se quer. É muito mais fácil deixar tudo como está. É muito mais fácil simplesmente não ligar.

Estou fadada a olhar pra dentro de mim sozinha. E encarar a mim mesma do avesso, quando todos vão embora e eu me transformo no monstro que sou. Sabe, há muito mais nessa vida do que só isso. Porém é muito difícil se desprender. A bagagem é muito grande e pesada. Me arrasta pra trás, me puxa pra baixo. É um esforço descomunal todo santo dia, o de dar um passo a frente.

Eu prometi que vocês nunca mais iam me deixar mal. Prometi pra mim mesma que nunca mais me deixaria abater. Eu odeio não cumprir as coisas que prometo. Odeio sentir que não tenho palavra. Eu só queria ser forte o suficiente pra continuar tentando. Queria seguir os conselhos que eu dou. Queria ser forte como eu queria ser. Queria saber sorrir quando tudo está desmoronando por dentro, como eu sou quando tudo desmorona aí fora.

É como se eu estivesse desmembrada, separada em pedaços. E nada disso faz sentido, eu sei. Começou com o orgulho, como sempre começa pelo meu orgulho. E termina com a minha destruição. Minha auto piedade. Minha dor, que volta sem eu querer. Minha crise que me assombra há meses, enquanto eu continuo, em vão, tentando evitar.

No final das contas, eu só quero que tudo se foda.