Sugestão de trilha sonora: Mais Uma Vez – Legião Urbana
Paulinha, minha tortuguita
Camylla, minha princesinha
Kaori, minha irmãzinha
Isa Dantas, a menina mais otimista que eu já vi
Majorie, minha flor (volátil)
Quem ama sabe o que é se sentir assim. Rejeitado, uma vez na vida. Enciumado ou possesso. Eu era assim quando meu irmãozinho nasceu; Fui assim quando minha melhor amiga arrumou outra melhor amiga; E enfim, é natural do ser humano.
Mas e quando você se auto-rejeita?
E quando nem você se suporta mais? Quando sua vontade é se fechar para o mundo, e não querer saber mais de ninguém? E quando você quer sumir, esquecer de tudo e de todos, e até de você mesmo? E quando você quer parar de pensar, parar de se importar, só um pouquinho? Não pode, só um pouquinho?
Se fosse pra pedir um pouquinho do brigadeiro da minha mãe ela deixaria…
Ou da macarronada do meu pai…
Ou da torta do meu irmão…
Do abraço do avô, do beijo da avó, até pra ler o diário da irmãzona eu posso pedir um pouquinho.
Mas um tempo pra mim, pra me distanciar de mim, eu não posso. Não, não, ninguém pode. Não ainda. Não sem abandonar a maravilhosa e abençoada vida que Deus me concedeu. E eu não quero isso desse jeito. Não quero pagar tão alto preço por um capricho.
Eu só quero colo, sabe? Uma amiga pra chorar comigo, e concordar com qualquer besteira que eu disser. Um ombro pra encharcar enquanto eu faço o maior dramalhão mexicano da história. Deixa eu fazer isso, por favor. Deixa eu descarregar esse peso. Deixa eu me xingar do que eu quiser, depois me fazer de vítima. Deixa eu ter minhas manias, deixa eu ser mimada e fresca, mas DEIXA EU SER EU.
Deixa eu chorar um pouquinho, só um pouquinho, sozinha, longe de você.
Longe da falsidade e da hipocrisia mundana.
Longe de todos os que querem me ver chorar.
Longe de todos os que me querem mal.
Longe de tudo tudo tudo.
Longe… Longe… Longe…
Voando, por aí, deixa eu sonhar! Deixa eu voltar a ser criança, recuperar uma parte do que eu pouco tive. Deixa eu esquecer o que é crescer e amadurecer, deixa eu regredir, só por alguns segundos…
Às vezes eu só preciso de colo e carinho
Às vezes eu só preciso chorar um pouquinho
Pode?
Às vezes eu só quero fraquejar, mas muito mesmo, e na frente de todo mundo.
Porque eu não sou perfeita, e ninguém é. E eu não quero ser uma referência pra ninguém, porque não me sinto bem com isso.
Pode?
Pode cometer um erro grandão? Posso sentir ciumes ferrenhos uma vez na vida?
Às vezes eu só quero ficar quietinha, chorando, me achando a garota mais babaca e fútil da face da Terra. A maior zé-ninguém que o mundo já viu nascer. Sabe?
Às vezes eu quero aprender a confiar em mim. Às vezes não.
E às vezes eu tô tão confusa que não sei o que eu quero.
Às vezes eu só quero pedir permissão pra ser assim: confusa e complicada, preocupada demais, e assim como eu sou.
Deixa?